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quinta-feira, 5 de abril de 2018

Resenhas Fantásticas #2 - O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro


Infelizmente, não encontrei a autoria desta imagem, mas ela é uma representação perfeita de tudo no livro!

Olá, fantasistas!

Depois de um bom atraso, saiu a edição de março do RESENHAS FANTÁSTICAS, e a obra discutida da vez é o sensível "O Gigante Enterrado", do autor anglo-nipônico Kazuo Ishiguro. Um amigo uma vez disse que certos livros são que nos leem, e que isso só acontece quando tentamos nós lê-los em momentos muito específicos de nossas vidas (da vida do livro e da vida do leitor). Foi o que houve entre mim e esta obra. Uma leitura oportuna, cheia de emoções relacionadas aos momentos que vivo neste 2018 e para o que ainda tenho de viver neste ano. Deem uma conferida boa na resenha e aconselho esta leitura a todos que precisam de uma mão para refletir sobre o poder das lembranças, uma visão consciente do amor e a lida com as perdas que a vida nos traz.


Para o Resenhas Fantásticas #3, estou lendo Os Portões do Inferno,  do jornalista André Gordirro, que comecei nesta semana. Fiquem com uma imagem da capa show da obra e até a próxima!


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Método de Escrita Gradual: Conciliando Vida e Arte


O Feijão ou o Sonho? Os dois!


Uma das grandes angústias pelas quais nós, escritores, passamos é a de nem sempre conseguirmos viver da pena (ou do teclado); assim, terminamos por recorrer a algum trabalho para sustento e abandonamos a carreira escritora por não conseguirmos conciliar o trabalho por dindim com nosso trabalho por prazer e contemplação. Eu escrevi o primeiro rascunho de meu primeiro livro praticamente durante minhas jornadas de trabalho como office boy, entre 2005 e 2007, em que eu pegava mil filas e começava logo a rabiscar toda vez que isso acontecia. Foi só no início de 2016 que comecei a escrever a sequência do primeiro livro, e, dessa vez, meu trabalho me exigia atenção em tempo integral e lá se ia meu tempo extra. Comecei a ter medo de não conseguir, afinal, eu queria escrever um livro melhor que o primeiro, e para trabalhar todos os argumentos que comecei no primeiro volume, o segundo necessitaria de no mínimo umas boas 300 páginas.

Foi aí que tive que encontrar uma saída que me permitisse conciliar meu trabalho como professor de português e revisor de textos freelance com a continuação de meu trabalho escritor, que pretendo trazer aqui, com o desejo de iluminar alguns que se sentem impedidos de escrever pela rotina atabalhoada destes tempos modernos. Incorpore este método ao seu cotidiano e você terá um baita livrão entre 1 e 2 anos, ou até menos. Antes de qualquer coisa, não continue a leitura esperando uma fórmula mágica. É algo bem simples, baseado em organização e autodisciplina, e se vai funcionar ou não com você, vai depender de SEU perfil como escritor.

Você pode escolher o Feijão E o Sonho! A propósito, alguém aí lembra dos livros da Coleção Vagalume?

Esperar a inspiração uma ova: começa a escrever logo, *&%$#!


Primeiro, sobre esta tal de inspiração... Calma, calma, não que eu seja um ateu com relação a ela, mas acho que nem sempre a inspiração aparece antes de começarmos a praticar seja a arte que for. Gosto muito desta reflexão do Picasso:


Faz tanto sentido que dá vontade de tatuar. Quantas vezes eu estava de saco cheio para começar a escrever, então eu me obrigava a tentar pelo menos uns 20 minutos, aí, quando percebia, empolgava e já estava escrevendo havia 1 hora e meia. Acontece sempre? Não, mas sou convencido de que a melhor maneira de procurar a inspiração é praticando sua arte. Só trabalhando esta noção, que o Método de Escrita Paulatina tem chances de funcionar. 

Óbvio que cada escritor tem seu jeito de interpretar o que vem a ser a inspiração e há muitos artistas competentíssimos que pensam nela como algo mais epifânico/mágico, mas, se posso escolher um ponto de vista, prefiro ser mais prático. Em suma, prefiro ser um escritor profissional mais "Stephen King" e menos "George Martin" (apesar de gostar mais dos livros do vovô). Todo meu respeito e boa sorte aos amantes das musas.

O Método de Escrita Paulatina


Taca-lê pau nesse teclado, Marcos!
Usando esta estratégia, as 367 páginas de história de meu último livro, "A Essência Perdida", foram concluídas com exatos 384 dias (383 horas e 14 minutos) de trabalho, divididos em três partes (que explicarei mais adiante):
  • Escrita: 361 dias (361 horas e 17 minutos)
  • Reescrita: 22 dias (20 horas e 55 minutos)
  • Revisão: 1 dia (1 hora e 2 minutos)

Pela proporção média, você já deve ter entendido como fiz. Com uma hora por dia, em pouco mais de 1 ano escrevi um livro com quase 370 páginas - e isso namorando e vendo os amigos nos fins de semana, curtindo feriadão, trabalhando como professor na escola e em casa, freelanceando em revisão de textos, assistindo minhas séries preferidas e jogando meus games de rpg e estratégia vez ou outra.

A coisa é mais simples do que parece: quando estou escrevendo, estou trabalhando pra mim, e eu tento me levar muito a sério. Só que sou uma pessoa que funciona melhor com algum planejamento e a chance de autossabotagem era iminente se eu não tivesse bolado uma planilha besta, que me ajudou muito no controle do quanto eu escrevia e deixava de escrever. Dá uma olhada abaixo:

Foi mal Microsoft. Espero que ninguém perceba.
Uma planilha mequetrefe, sem fórmulas, coisa que dá para fazer em um caderninho velho, onde eu registrava o dia, o tempo durante o qual escrevi, a página em que a obra estava, o quanto eu "me devia", o quanto eu tinha de "crédito comigo" e observações/justificativas sobre o dia específico.Tudo que eu fiz foi me comprometer a, todos os dias, trabalhar em meu livro durante 1 hora. Teve dia que não trabalhei? Teve, mas então eu atualizava a linha do dia seguinte como "me devendo" 1 hora, assim como, quando eu empolgava e escrevia por tempo a mais, eu atualizava a linha do dia seguinte na coluna de "Crédito" com o tempo correspondente. Em feriados grandes, como no carnaval ou no fim do ano, eu negociava comigo mesmo as horas que teria que trabalhar para cumprir o tempo perdido e as distribuía somando à minha hora diária de modo a não me arrebentar muito. Para me instigar ainda mais no cumprimento de meu objetivo, eu costumo elaborar uma meta de páginas para a obra (exemplo: mínimo de 300) e postar em minhas redes sociais diariamente sobre a evolução. Caso eu comece a me sabotar, deverei explicações não só para mim mas para quem me acompanha.

Por fim, não importasse a correria do cotidiano, eu sempre conseguia ficar em dia com minha vida escritora, e cumpri o deadline da obra, que era para junho deste ano, três meses antes.

Sobre Palavras e Tijolos



Acho que o mais desafiador para começar um projeto extenso como um livro é já enxergarmos a obra pronta em nossas expectativas, é visar mais o fim do que o meio. Deve ser o mesmo desespero que bate no engenheiro quando ele vê o projeto e a prévia ilustrada da construção e olha para o terreno baldio. A solução que encontrei para conseguir lidar com minhas construções é não olhar para o topo do prédio sem ele estar lá, mas sim para cada tijolinho que vou colocando vez a vez. Como, infelizmente, não posso me dedicar integralmente à minha arte, praticá-la aos poucos, gradativamente, mas com constância, é meu jeito de não desistir dela. Neste ritmo, vou concluindo meus projetos e o que vier é ganho: palavra a palavra, tijolo a tijolo. :) 

E se você não tiver uma hora do dia? Tire meia-hora para escrever. Se não tiver meia-hora? Tire 15 minutos que seja. Seu projeto demorará mais, mas cada tijolo, independente do tamanho, te deixará mais próximo da realização do seu objetivo. Do SEU objetivo, é justamente disso que se trata e do quanto você está disposto a realizá-lo.

O que você achou? Pensa que funcionaria com você? Você tem algum outro método de escrita? É um amante das Musas da Inspiração e se julga refém delas? Diga sua opinião!

Ivlandhar, Qaes Thos Fahndrl.
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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Exemplares impressos de Sagraerya já em produção


Nessa última semana, foi fechado contrato com a Garcia Impressão de Livros e dentro de um ou dois meses, teremos disponíveis não só mais cópias de O Despertar do Paladino como também do novo livro da saga Sagraerya: A Essência Perdida. As novas impressões virão à luz com as capas divulgadas na última postagem (clique para ver). Ah, e desta vez, ambos os livros terão orelhas que vão muito além de marcador alternativo de páginas (apesar de que eu nem tenho coragem de usar as orelhas para isso): elas protegem o acabamento da capa, contêm informações sobre o louco que escreveu o livro, além de mostrar também uma breve sinopse da obra.

A Essência Perdida seria impressa somente quando a nova capa estivesse pronta, prevista para julho, porém, a aprovação da capa provisória foi tanta que, garantidamente, a primeira versão impressa de A Essência será produzida com ela, em edição limitada. 

O preço dos livros deve girar em torno de 30 a 40 reais, com aquele desconto camarada na aquisição de ambas as obras, além de autógrafo e marcador exclusivo.

Agora, dependendo de sua ansiedade, você já pode fazer sua reserva do e-book, que será lançado pela Amazon no próximo dia 12, e ler em primeira mão a continuação da saga Sagraerya. É só baixar o aplicativo Amazon Kindle e curtir o livro em qualquer computador, notebook, tablet, smartphone ou nos leitores digitais Kindle.


Ivlandhar, Qaes Thos Fahndrl.
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domingo, 6 de março de 2016

Literatura de Fantasia é Literatura?


Certa vez, vagando pelo Linkedin, fui apanhado em uma discussão de um grupo de escritores, cujo assunto, após eu declarar sem pretensão alguma que era escritor de fantasia, inflamou-se e culminou na polêmica “o que é e o que não é Literatura”. Na voz de alguns muitos dos que participavam do fórum, a Literatura Fantástica atual era definível como uma "modinha literária” invadindo o mercado editorial, as famosas "Sagas", tidas como produtos ensaiados, previsíveis, marcados ponto a ponto como uma carta cartográfica, sem a verdadeira emoção que a Arte provoca – que deveria ser exclusivamente provocadora e incômoda ao seu espectador.

Acho perigoso um conceito universal sobre o que seja a literatura, ou qualquer arte, ainda mais em tempos multissemânticos como este que vivemos, apesar disso, respeito e abono em muito o conceito relevado naquele dia. Sim, a arte deve incomodar, tirar do lugar, fazer evoluir, transformar... mas quem garante que um personagem heroico de uma obra literária fantástica ou de fantasia não traz incômodo e reflexão para aquele que o acompanha em sua saga e permite-se testemunhar o crescimento ou a desgraça entre seus conflitos e boa-venturanças? Uma história qualquer que não traga ao leitor o incômodo artístico pode muito bem fazê-lo com outros milhares, assim como outras grandes obras que provocam uns, mas que podem não atingir as sensibilidades de outros. Plenamente subjetivo em minha opinião: é o choque de todas as significações do leitor contra toda a expressão das significações do autor que está em jogo, e só temos a perder se buscamos estigmatizar ou arredondar o resultado deste processo em "o que é" e "o que não é". Graças a este pensamento, hoje consigo apreciar obras de Grande Sertão: Veredas a Harry Potter, de Autram Dourado a Tolkien. As fórmulas podem se repetir (na maioria das vezes, penso), ou serem previsíveis, mas o resultado e o "como ocorre" jamais é o mesmo.

Tenho para mim que a literatura não deve ser somente sôfrega, anti-moralista, mas sim imitar a vida em suas amplas expressões e possibilidades, moralista ou imoral, sangrante ou reconfortante, hemorrágica ou curativa. As conceituações acadêmicas que estudei e li durante minha formação têm muito valor, mas erram com o radicalismo numa medida forte, acho eu. Não que qualquer porcaria deva ser considerada literatura, mas desliteraturalizar a maioria das obras porque estas simplesmente trazem fuga (como as de Fantasia) ao leitor ou tem propósitos diferentes da corrosão e estranhamento me é, sinceramente, limitante. Se causa reflexão e tira a pessoa do lugar, ardendo ou refrescando, é literário, em meu ponto de vista. Novamente, reitero minha crença que muito deste conceito nasce subjetivamente... Nem tudo que corrói um, corrói outro... Se há um milhão de leitores, há um milhão de interpretações diferentes, deles, metade pode ser provocada, incomodada, deslocada pelo conto de um edifício de 800 andares que nunca termina de ser construído, a outra metade pela queda do Rei Artur Pendragon em busca do Santo Graal.

Ivlandhar, Qaes Thos Fahndrl.



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